Umbanda NÃO é Candomblé: O estudo de outras religiões

Olá irmãos!

Eu fui motivada a fazer uma matéria sobre este assunto, porque acredito que isto seja algo que sempre precise estar em debate e que deva ser incluído no nosso "setor pessoal" de aprendizado constante.

Acontece o seguinte: Umbanda é Umbanda, não é Candomblé!

Por favor, não encare como algo grosseiro, não é nada disso, ambas são lindas!

Eu sei que poderia ter dito Espiritismo, Catolicismo ou até Macumba, mas quis utilizá-la por algumas semelhanças. Agora vamos ao ponto principal:

Durante muito tempo eu tentei entender o porquê as pessoas, praticantes ou não, tinham dúvidas e confusões frequentes acerca da Umbanda quando relacionada a outras religiões, isto é, principalmente quando com o Candomblé.

Após muito estudo, fui capaz de perceber que a ausência de conhecimento co-relacionado aos seus elementos, podia caracterizar um ponto de confusão, veja bem: para aqueles que pouco conhecem a religião, deparar-se com imagens de Santos Católicos ou Orixás dependendo do terreiro, com o som dos atabaques e o ato de incorporação, pode levar a mescla de informações.

Quanto a isso, a Umbanda é uma religião totalmente brasileira que incorporou conhecimentos religiosos universais pertencentes a muitas delas como o Espiritismo, Catolicismo, Candomblé e Xamanismo, mas o fato de ter algo em comum não quer dizer que a Umbanda SEJA elas, pois se fosse para ser igual, já diria Rubens Saraceni, não teríamos uma nova religião, simplesmente adotá-lás-íamos.

"Somos Religiosos! Não somos católicos, mas também cremos no Cristo. Não somos candomblecistas, mas também cremos nos Orixás. Não somos espíritas, mas também cremos nos espíritos. Não somos padres, mas também somos sacerdotes. Não somos castos, pois a vida é sagrada e fomos convidados a vivê-la. Não somos puritanos, pois não vemos maldade em tudo que Olorum criou. Somos umbandistas e temos a nossa forma própria e original de viver a vida!" (Alexandre Cumino)

Quando você passa a estudar o assunto, percebe que Estas apresentam diferenças importantes e que devem sim ser consideradas, sob as quais falaremos aqui nessa matéria:

Brasileira, a Umbanda tem em uma de suas principais diferenças com o Candomblé a sua origem, que é proveniente da África. Com vestimentas quase semelhantes, um "xirê" contempla cânticos Yorubás, dependendo da nação, enquanto a Umbanda traz para seus fiéis pontos em nossa língua nativa.

Além disso, as consultas que na Umbanda são realizadas por Baianos, Pretos Velhos e Caboclos, no Candomblé são feitas através do Jogo de Búzios, e o sacrifício de animais existentes em uma, deixam de existir na outra. 

Quando comparada a Quimbanda, apesar de também atuar com Exús e Pombo Giras, os terreiros de Umbanda não tem nesta uma prática única e exclusiva como tal. Ao longo dos tempos, muitos dos que praticavam magias negativas, passaram a se esconder atrás deste nome, fazendo com que milhares de pessoas a associasse imediatamente a prática do mal, mas, como buscamos esclarecimentos e temos a liberdade de estudá-las sem produzir julgamentos, peço que entenda, irmão, que isso não significa que todos aqueles que trabalham com Quimbanda façam uso dessas práticas mágicas negativas. Respeito sempre.

Quanto as diferenças com o Espiritismo, a Umbanda não foi codificada como Este foi em sua origem por Allan Kardec, porque fomos manifestados e anunciados pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque possuímos nossa própria forma de "pensar" e de trabalhar, e, por fim, através do sincretismo religioso fomos ligados ao Catolicismo, que entre suas vertentes possui estes elementos fortes até hoje, o que fortalece a concepção de que a Umbanda vê todas as outras religiões como legítimas e representantes de Deus, nos ofertando a plena liberdade de conhecê-las.

L I B E R D A D E 

Guarde está palavra, irmão! Somos uma religião onde isto sempre será prioridade, onde dogmas e tabus não existem, porque tudo é sempre questionável, dialogável.

Sim, apesar da Umbanda não deter mandamentos, pecados ou Textos Sagrados como a Bíblia, Torá e Alcorão, temos a oportunidade de lê-las, conhecê-las e interpretá-las conforme nosso coração, afinal, é conhecendo a verdade do outro e o que para ele é sagrado, que conhecemos ainda mais sobre nosso espaço, nossa própria religião. 

Pense nisso! Visite, estude, conheça e jamais julgue...

"Podemos absorver um pouco de todas as religiões e culturas que deram à formação da Umbanda, de maneira diversa, e ainda assim pensar a Umbanda a partir da Umbanda, de uma forma una e única. Para tal, é necessário viver a Umbanda com profundidade e conhecimento de causa, com relação aos fundamentos próprios no que diz respeito ao imenso recurso cultural que lhe deu formação." (Alexandre Cumino)