A Bebida e o Fumo na Umbanda

Se tratando da Umbanda, um dos assuntos mais polêmicos existentes nessa religião, diz respeito a bebida e o fumo utilizados nas Giras, pelas entidades que nos acompanham.

A Umbanda, para os desinformados, é conhecida como "baixo espiritismo", classificando as entidades em grau evolutivo inferior pelo fato de que quando se manifestam em seus médiuns, grande parte, utiliza desses "recursos materiais".

Para os instruídos e doutrinados, o fumo e a bebida são de grande importância, pois é utilizada a energia desses elementos para a realização dos trabalhos feitos pelas entidades, seja ele qual for. Mas, isso não quer dizer que é necessário que em todo trabalho haja o uso desses elementos, que todas as entidades os utilizem e que sejam necessariamente os mesmos (tanto o fumo quanto a bebida).



Vamos entender como esses elementos funcionam separadamente e como atuam:

A BEBIDA (CURIADOR)

Gostaria de começar esse tópico esclarecendo, novamente, que nem todas as entidades utilizam esse recurso em seus trabalhos, seja por escolha própria, pois utilizam-se da força de outros elementos, ou por escolha de seu médium, que deve ser respeitada. 

Quando as entidades fazem uso do álcool temos, em um mesmo momento, a manipulação dos elementos água e fogo, que, juntos, tem o intuito de descarregar o próprio médium das cargas negativas que vão se acumulando durante os trabalhos realizados. Além disso, propicia ao médium um entorpecimento de suas faculdades, facilitando o trabalho das entidades devido sua "desenvoltura", já que proporciona mais liberdade de ação durante o processo de incorporação. 

Uma outra função, muito menos conhecida, é sua utilização como “contraste”. Nesse caso, a entidade que manipula a bebida, pede para que o consulente a beba em pequena quantidade, o suficiente para que possa visualizar seu organismo, mostrando algum problema que deve ser cuidado.

No caso das entidades de Esquerda, Exús e Pombo Giras, somamos mais uma utilidade ao álcool: por estarem em faixas vibratórias muito próximas as nossas, necessitam da energia contida nesse elemento para poderem realizar seus trabalhos e seus incansáveis resgates. É trabalho, não vício. Por favor, entenda: isso não quer dizer que nossos amados guardiões só trabalhem sob a presença do álcool, pelo contrário! 

Vamos pegar como exemplo um médium que, por algum problema de saúde, esteja tomando um medicamento de uso contínuo que não pode ser vinculado ao álcool, ou então médiuns que passaram por obrigações e estão sob preceitos, as entidades desses médiuns, de direita ou esquerda, não vão deixar de realizar seus trabalhos por esse motivo, aliás, tenho uma experiência sobre isso:

Era Gira de Esquerda e naquela noite, sob determinação maior, nenhuma entidade faria uso do álcool. A disposição de todos os Exús e todas as Pombo-Giras estaria água. 
Lembro perfeitamente da hora em que o Dono da Casa, S. Capa Preta, chegou e das palavras que ele usou, logo depois, para falar sobre o assunto:

"Me dê a "água do demônio" - enquanto ele ria com o que tinha dito, entreguei para ele um copo de vidro com água - A gente brinca, mas isso daqui é uma das maiores fontes de energia, sabia? A água limpa as feridas, lava as sujeiras, mantém a vida. É a cura. A gente sabe entender, trabalha com o que tem, de qualquer forma, em qualquer lugar. Se tem o que eu gosto, eu uso, se não tem, eu não uso, mas não vou deixar de trabalhar por isso."

Essa situação representou um aprendizado imenso para mim, não que eu já não soubesse disso tudo, mas acredito que naquele momento eu tenha entendido a necessidade do estudo. Muitos não os conhece como verdadeiramente são e não compreendem os fundamentos e os rituais da religião, e aí surgem os termos como o que vimos acima.

Mas depois de tudo isso, você deve estar se perguntando:

"Para onde vai todo esse álcool?"

Então vamos lá:

O álcool consumido pelo médium é dissipado no trabalho, ficando em quantidade reduzida no organismo, tornando-se quase imperceptível para o mesmo, que fica sóbrio. O perigo neste caso é o animismo, ou seja, o médium consumir a bebida em grandes quantidades, por conta própria, e não na quantidade necessária, aí quando este vai embora, o médium fica sob os efeitos do álcool, que consumiu sem necessidade. 

O MÉDIUM E O TRÂNSITO:

Irmã(o), se você é médium e motorista, após beber nos trabalhos, não dirija! 
Não corra o risco de ser parado em uma blitz e ter problemas mais graves, pois no caso de exigirem um teste do bafômetro, apesar de sua plena "sensatez", talvez você possa ser pego. Notem que eu digo talvez, porque eu não conheço ninguém que tenha passado por essa experiência. Se você passou, por favor, me conte!

O FUMO

O fumo tem em suas características o vegetal e só por isso possui grande importância, pois durante seu desenvolvimento na natureza, se utiliza de elementos presentes no meio ambiente e no solo onde esta sendo cultivado que, juntos, caracterizam uma grande e forte magia (energia solar, água e sais minerais).  

Além dos elementos terra e água em sua composição, os elementos ar e fogo aparecem quando utilizado na defumação. Portanto, quando utilizado pelas entidades, carrega os quatro elementos básicos e fundamentais na Umbanda - Terra, Água, Ar e Fogo - além do próprio elemento vegetal.



Se você já reparou bem, quando as entidades se manifestam em seus médiuns, podemos observar que, não tragam a fumaça, apenas enchem a boca e expelem baforadas para o ar ou sobre o consulente. Nesse momento, a entidade esta o defumando e realizando uma limpeza energética. 

Após todo esse estudo, podemos perceber, então, que tanto o álcool quanto o fumo são verdadeiramente úteis e necessárias como ferramentas de trabalho. Mas, se preciso for ou se o médium não quiser que as entidades utilizem-as, os guias irão respeitar sua decisão e continuarão com seu lindo trabalho. 

Compartilhe o estudo! Compartilhe essa fonte de magia!

Comentários