Oferendas
Olá irmãos!
Antes de iniciar essa leitura peço para que siga em busca de um pedaço
de papel e uma caneta. Tenha a certeza de que a mesma está escrevendo, pois o
que apresentarei para vocês, é fruto do tempo, conhecimento e, acima de tudo,
merecimento.
Abaixo, deixo a receita de uma Oferenda INFALÍVEL, que pode ser
utilizada para qualquer Orixá ou Entidade, e você como um bom médium não irá
querer perdê-la, né?
Na verdade, tratam-se de materiais simples que podem ser encontrados
facilmente, mas que apenas depois de algum tempo de Umbanda, é que os
percebemos. Por isso, em uma de nossas aulas, nossa Yá mostrou aos seus alunos
aquilo que para ela já era conhecido há algum tempo e que foi escrito e
postado, com carinho, por uma página amiga ao qual desconheço.
Então, anote aí os ingredientes:
- Um pacote de amor em pó, para que qualquer brisa possa espalhar
para as pessoas que estiverem perto ou longe de você;
- Um pedaço (generoso) de fé, em estado rochoso, para que ela
seja inabalável;
- Algumas páginas de estudo doutrinário, para que você possa
entender as intuições que recebe;
- Um pacote de desejo de fazer caridade desinteressada em
retribuição, para não “desandar” a massa.
Fácil até agora, né? Então, você não imagina o modo de preparo:
Junte tudo isto num alguidar feito com o barro da resignação e
determinação e venha para o terreiro. Coloque em frente ao Congá e reze a seguinte prece:
“Pai, recebe está humilde oferenda dada com a totalidade da minha alma e
revigora o meu físico para que eu possa ser um perfeito veículo dos teus
enviados. Amém.”
Pronto! Você acabou de fazer a maior oferenda que qualquer Orixá, Guia
ou Entidade pode desejar ou precisar, baseado em fé, amor, dedicação e
gratidão! Fantástico,
não é? Eu também acho!
Então, agora
que você anotou essa receita, vamos entender tudo sobre oferendas:
As
oferendas, em sua totalidade, devem ser compreendidas como atos
magísticos-religiosos, entregues por um médium no campo de força de um
determinado Orixá, conforme seu intuito. São exemplos de pontos de força:
- Mar
para Iemanjá;
- Cachoeira
para Oxum;
- Pedreira
para Xangô;
- Cemitério
para Obaluaê e Omulú;
- Campo
aberto para Oxalá e Oxumarê;
- Caminhos/Estradas
para Ogum;
- Lago
para Nanã;
- Matas
para Oxóssi e Obá;
- Jardins
para as Crianças;
- Encruzilhadas
para Exú e Pombo Gira.
Para Iansã, as oferendas podem ser realizadas em campos abertos como para com Oxalá e Oxumarê, ou em caminhos quando a oferenda tem como objetivo conquistar direcionamento, afinal, Ogum não pode abrir caminhos se não tivermos um destino! Você já tinha pensado nisso?
Essa
oferenda pode ter diferentes sentidos: o de nos colocar em sintonia vibratória
com nossos Guias ou Orixás sempre com gratidão e amor, ou o de clamarmos por
auxilio, buscando ativar, colocar em ação, a energia dos mesmos.
Em
ambos os casos, as divindades citadas não fazem uso alimentício ou físico dos
elementos que integram as oferendas, até porque são desprendidos de qualquer
vício terreno e não possuem essas necessidades, apenas buscam armazenar as
energias fornecidas pelas frutas, flores e até bebidas, por exemplo, para
manipulá-las sempre que necessário, atuando de maneira imediata ou ao longo
prazo.
“Na simplicidade do ritual umbandista é
que reside a sua força.”
Falando
de elementos, a riqueza de uma oferenda não está em sua quantidade, mas sim na
intensidade com que vibramos nosso amor, nosso respeito e, em especial, nossa
fé por toda espiritualidade. Pode ser uma rosa, um charuto, um champanhe ou
quem sabe um padê. Um Amalá, um Axoxô, um Omolokum ou um simples Acaçá, o
segredo de todos reside no sentimento com que são oferendados!
E para
essas últimas oferendas, sentimentos...
Eis
que me lembro de uma frase da minha irmã Alice Soares:
“Que cada um tem um modo de encontrar-se
com a espiritualidade, é verdade. Eu só não sei e não lembro quando descobri
que esse era um dos meus modos. Agradeço a Yayá pelos ensinamentos e pela
confiança e a Oxalá pela permissão, porque hoje eu sei que a cozinha de um
terreiro também é um lugar sagrado, mágico, que inspira e cheira a magia.”
Irmão, você só entenderá a grandeza desse
trecho quando o vivenciar, pois cada prato carinhosamente reproduzido e
ofertado dentro de uma casa de santo, emana uma força diferente. Cada força uma
sensação, cada sensação uma experiência, cada experiência uma lembrança. É
assim que os fatos se sucedem... Sempre.
E
posso ainda te contar um segredo? Você vai se emocionar muito ao longo do tempo.
Você vai ser capaz de sentir a força de Ogum, a justiça de Xangô, a benevolência
de Oxalá e a tranquilidade de Iemanjá. Vai sentir o corpo arrepiar e tremer
enquanto o bife do Exú é passado no dendê, e quer saber? Tudo isso vai te fazer
aprender, aprender muito, muito mais do que você pode imaginar!
Quando
for ver, estará envolto nessa magia de amor que é cozinhar, oferendar!
Mas ATENÇÃO:
De nada adiantará você poluir a natureza
se a Umbanda é justamente o contrário, é a simplicidade e respeito, a
preocupação excessiva em cada um de seus rituais com a "ecologia" de
seus trabalhos.
QUALQUER
AGRESSÃO AO AMBIENTE NÃO É UMBANDA!
Deixo isso ressaltado, porque os dois
últimos meses do ano principalmente, são marcados pela quantidade de fiéis que
vão as praias para entregar suas oferendas à Iemanjá como agradecimento pelo
ano que se passou e pelo novo ano que se iniciará. É uma época linda, onde milhares de religiosos concentram-se
em um único lugar com seus segmentares para emanar e receber uma única energia.
O problema é que Iemanjá, uma das divindades mais
conhecidas, tem “sua morada” no mar, e as oferendas entregues a ela em barcos
de isopor e plástico, por exemplo, acabam por poluir o ambiente prejudicando os
seres que ali vivem. O que isso quer dizer, Malu?
Bom, o que quero dizer é que às vezes uma simples e linda flor ou um pedido de Agô, tem mais valor do que pentes e colares. E o mesmo se aplica a todos os Orixás.
É hora de preservar a natureza e oferendar com responsabilidade!
Bom, o que quero dizer é que às vezes uma simples e linda flor ou um pedido de Agô, tem mais valor do que pentes e colares. E o mesmo se aplica a todos os Orixás.
É hora de preservar a natureza e oferendar com responsabilidade!
ANOTE AÍ – DICA DE EXPERIÊNCIA:
Irmão,
nada será mais incrível do que a experiência que você terá junto a
espiritualidade quando arriar, entregar, sua oferenda. Mais ainda, essa
sensação será multiplicada quando feita de coração. Ouça sua intuição. Se entregue,
se permita viver isso. Se conecte e ouça
o que eles têm a lhe dizer. Contudo, não se esqueça que a maior das oferendas,
quando para pedir, está no voltar e agradecer.
Muito
axé a todos!
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