Tronqueira
Decidi que falaremos hoje
sobre um dos grandes "mistérios" da Umbanda: a
tronqueira. Se isso não é mais um mistério para você, arrisco a dizer que um
dia já foi, afinal, quem nunca teve a curiosidade de saber ou se perguntou
"o que tem lá dentro?". Acredite, eu já me perguntei e sei
exatamente como você se sente ou sentiu, mas vivemos em outros tempos, onde o porquê deve
nos acompanhar em nossa jornada.
Quando tomamos a decisão de assumir a responsabilidade
que é usar o branco e integrar a corrente mediúnica de uma casa, a primeira
coisa que nos é ensinada, ou deveria ser, é que a tronqueira é primeira a ser
saudada: Laroyê aos nossos guardiões! Exú é mojubá! Salve sua força! Salve sua proteção!
Sob a força de Exú, início essa matéria...
A tronqueira é um dos pontos de forças essenciais a existência de
um terreiro, um local restrito
(falaremos disso em breve) onde são firmados e assentados as forças dos
guardiões que protegem e guardam a Casa em que estamos, que a sustentam, e os
médiuns que nela trabalham.
Nesse pequeno ou grande lugar, dependendo da estrutura montada, encontramos inúmeros fundamentos pertencentes
unicamente aos Dirigentes e seus Guardiões, o que não está em questão no
momento e jamais esteve, longe disso. as é muito bacana referenciarmos o assunto, porque se conhecêssemos mil casas
diferentes, nos depararíamos com mil e uma tronqueiras diferentes (acredite!),
nenhuma certa ou errada, afinal, o que é o certo e o que é o errado? Quem pode
nos dizer? Existe uma verdade absoluta? Conhecimentos são construídos, vividos
e experimentados, aprendidos.
Entretanto, mesmo que dispostas de maneiras diferentes, todas
possuem funções em comum: são responsáveis por absorver energias negativas que
estejam presentes no ambiente, no corpo mediúnico e em seus consulentes, e fornecer energia para que possam encaminhar “irmãos” de acordo com seu lugar de merecimento quando necessário, sempre amparados
sob a Lei Divina.
Além disso, assim como os trabalhos em um terreiro nunca param e nós não
somos médiuns apenas por um momento, sua função não se restringe somente ao dia de gira, afinal, o trabalho da luz
não seria necessário se não existisse sombra. Exatamente por esse motivo, os Guardiões e Guardiãs vigiam
constantemente os Templos aos quais são direcionados e percorrem campos imensos no astral, visando
afastar as forças negativas que possam prejudicar os trabalhos e influenciar os
médiuns de alguma forma. Para isso, Exús e Pombo Giras utilizam-se da energia detida nos elementos dispostos aqui, na tronqueira, em suas firmezas e assentamentos, para realizar seus trabalhos: imagens, punhais, bebidas, pedras, tridentes, velas, tudo varia... Mistério. Magia.
Agora que você foi capaz de entender sua importância, quero esclarecer o início de nossa matéria: quando eu deixei a palavra restrito em negrito acima, foi para que déssemos uma
atenção muito especial ao fato de que, justamente por conter fundamentos específicos
e ser um dos pontos de força essenciais à sua existência, somente o sacerdote
ou um designado de extrema confiança, deve manter os cuidados com a mesma. Porém, isso pode ser diferente em outras casas, tá bom?
Tenham a certeza que Exú tudo vê e tudo sabe.
Exú conhece sua intenção muito antes de você conhecer.
Respeito sempre!
Nada é por acaso, saiba compreender o tempo divino!
Laroyê Exú! Exú é
Mojubá!
Mensageiro Exú, a vós
o nosso respeito!
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